Países que obtêm a maior parte das receitas do Turismo mundiais

Países que obtêm a maior parte das receitas do Turismo mundiais

O relatório de tendências económicas do Conselho Mundial para as Viagens e Turismo (WTTC) revela que apesar das restrições prolongadas, e dos requisitos de viagem, o mercado americano mantém a sua liderança como o destino principal dos viajantes e o mais importante em termos de geração de receitas.

Embora confirmando a posição do mercado americano pós-pandemia, a contribuição do sector de viagens e turismo para a economia americana diminuiu 700 biliões (*) de dólares em 2019, e conseguiu contribuir com pouco menos de 1,3 triliões (*) de dólares no ano passado. Em 2020, a contribuição do turismo para a economia do país reduziu-se em 50%, o equivalente a 4,9 triliões (*) de dólares.

As receitas do turismo contribuíram com 10,3% para o PIB mundial,  mas diminuíram 5,3% em 2020, devido às restrições à mobilidade. A investigação realizada pela Oxford Economics para o WTTC revela um ligeiro aumento de 6,1% em 2021, mas muitos desafios ainda persistem.

Este relatório sublinha que antes da pandemia, as viagens e o turismo (incluindo os seus impactos directos, indirectos e induzidos) representavam 1 em cada 4 novos empregos criados em todo o mundo, 10,3% de todos os empregos (333 milhões) e 10,3% do PIB global (nos Estados Unidos 9,6 triliões de dólares (*)). As despesas dos visitantes internacionais foram de 1,8 triliões(*) em 2019 e representaram 6,8% das divisas recebidas pelo total das exportações.

Os três maiores mercados com a maior contribuição económica produzida pelo turismo são os Estados Unidos, a China em segundo lugar, e a Alemanha em terceiro lugar. Contudo, o relatório adverte que o movimento turístico internacional regista números negativos, e o maior fluxo de visitantes é proveniente dos viajantes domésticos.

O relatório do WTTC também afirma que os esforços para abrir mercados e eliminar barreiras e requisitos para os viajantes têm auxiliado o turismo de negócios a recuperar, mas somente a médio prazo.

O relatório mostra a resiliência do sector das viagens e turismo, e reafirma que o impacto das restrições de viagem em todo o mundo, não conseguiu parar a propagação do vírus, mas afectou as economias dos países.

"Apesar de um ambiente macroeconómico desafiante, a indústria das viagens e turismo recuperou. O mundo, com algumas excepções, está de novo a viajar. E estamos a assistir a um ressurgimento das viagens de negócios. Nos próximos 10 anos, o crescimento das viagens e do turismo irá ultrapassar o da economia global".

Os dados revelam que, em termos da contribuição do sector das viagens e turismo para o PIB, a China manteve a segunda posição, com mais de 814 mil milhões de dólares, enquanto a Alemanha continuou a ser o terceiro maior sector de viagens e turismo do mundo, contribuindo com 251 mil milhões de dólares para a economia daquele país.

O Reino Unido caiu drasticamente do quinto lugar em 2019 para o nono lugar em 2021, com uma contribuição de pouco mais de 157 mil milhões de dólares, constituindo a maior queda dos 10 países de topo no ranking do WTTC.

Em termos de gastos dos viajantes internacionais, a França, que antes da pandemia ocupava o quarto lugar, ultrapassou a Espanha, a China e os Estados Unidos para ocupar o primeiro lugar. Os visitantes internacionais gastaram mais de 42,9 mil milhões de dólares em França no ano passado. Nos Estados Unidos as receitas do turismo atingiram 40,3 biliões (*) de dólares, e em Espanha 34 biliões (*) de dólares.

A China, que permaneceu fechada a grande parte do resto do mundo, ocupava o segundo lugar antes da pandemia, mas caiu drasticamente para 11º lugar em 2021, na categoria de gastos dos viajantes internacionais fechando 2021 com receitas de 14 mil milhões de dólares.

Na Ásia-Pacífico, os principais mercados de viagens e turismo, como a Tailândia e o Japão, sofreram enormes perdas nos gastos internacionais, resultando em ambos os mercados, quedas nas suas posições no ranking que ocupavam antes da pandemia, quinto e oitavo lugar respectivamente, desceram abaixo dos 20 primeiros em 2021.

De acordo com as previsões, espera-se que as viagens de negócios a nível mundial cresçam mais de 41% este ano. No entanto, para os próximos 10 anos, prevê-se que as viagens de negócios possam crescer em média 5,5% ao ano e possam regressar de forma mais rápida na região da Ásia-Pacífico.

Prevê-se que até 2032, a China deverá ultrapassar os Estados Unidos para se tornar o maior mercado mundial das viagens e turismo.

O estudo mostra que a contribuição do sector das viagens e turismo da China para o PIB, poderá atingir 3,9 biliões (*) de dólares até 2032, tornando-a no mercado mais poderoso do mundo em termos de viagens e turismo, e a Índia deverá ultrapassar a Alemanha para alcançar o terceiro lugar com um valor projectado de 457 biliões (*) de dólares.

O Conselho Mundial para as Viagens e Turismo detalha que após uma queda dramática de 45,5% em 2020, a contribuição do turismo para o produto interno bruto das Américas, como um todo, recuperou 23,1% em 2021, e registou números positivos mais rapidamente do que o crescimento médio mundial que foi de 21,7%.

Em termos absolutos, as receitas das viagens e turismo que contribuíram para o PIB do continente aumentaram de 1,447 biliões (*) de dólares em 2020 para 181 biliões (*) de dólares em 2021.

Como resultado, a percentagem das viagens e turismo no PIB total da economia aumentou marginalmente para 5,9% em 2021, após um aumento de 5% em 2020. Esta recuperação relativamente forte ajudou as Américas a manter a sua posição como a região a nível global com a maior contribuição das Viagens e Turismo para o PIB.

A indústria indica que gerou 2,7 milhões de novos empregos na região em 2021, com o número de pessoas empregadas no sector a aumentar de 8,6% para 34,6 milhões. Estima-se assim, que 1 em cada 12 postos de trabalho pertence à indústria das viagens e do turismo. Apesar da forte recuperação, a contribuição das Viagens & Turismo para o PIB em 2021, foi 33% abaixo dos níveis pré-pandémicos.

A nível sub-regional, a taxa de recuperação das Viagens e Turismo nas Caraíbas (36,6%) foi bastante superior à da América Latina (26,5%) e da América do Norte (22,3%).

Com uma taxa de recuperação de 22%, os Estados Unidos, segundo o relatório, mantiveram a sua posição como maior sector mundial das viagens e turismo, com uma contribuição de 1,27 triliões (*) de dólares para a economia dos EUA.

A contribuição do sector representou 13,1% do PIB total do México - a maior quota entre os países do G20. As taxas de recuperação mais rápidas foram observadas em Santa Lúcia, Bahamas e Colômbia; estes destinos turísticos recuperaram 92,6%, 88,9% e 83,8%, respectivamente. A recuperação das Viagens e Turismo nas Américas foi sobretudo suportada por uma recuperação das receitas dos viajantes domésticos, e não dos viajantes internacionais, com os primeiros a aumentarem 28,8% enquanto os segundos cresceram 15,1%.

 

(*) usada terminologia anglo-saxónica

Fonte: WTTC, “Global Economic Impact Trends 2022”, (Setembro 2022)

12 Setembro 2022